A música tem um poder especial que nos move e agita as nossas emoções. Quem nunca limpou as lágrimas dos seus olhos ao ouvir a canção triste de Adele "Someone Like You", por exemplo? As suas notas poderosas e acordes mexem connosco.
Agora, estudos científicos recentes têm demonstrado que a música realmente pode mudar o nosso estado de humor e até nos ajuda a concentrar.
Olhei para os efeitos que a música pode ter sobre nós, e procurei a opinião de peritos que nos possam aconselhar as melhores músicas para nos ajudar a aliviar o stress, por exemplo, ou para nos prepararmos para um exame ou para acompanhar uma corrida, etc.
A música é muito importante
Ouvir uma música pode ter um efeito real sobre várias partes do nosso cérebro, com diversos estudos mostrando que as áreas responsáveis por determinados aspectos, tais como a memória e a visão, podem-se "iluminar" em resposta à música.
"Há uma grande variedade de reações no corpo e na mente graças à música, e estudos de imagens cerebrais têm mostrado que várias partes do cérebro podem ser ativadas por um bocado de música," refere a Drª. Victoria Williamson, professora de psicologia no Goldsmith's College, em Londres.
"Por exemplo, um estudo recente no Canadá, mostrou que há uma verdadeira relação causal entre a música e o sistema de recompensa, uma parte central do cérebro que reage a estímulos, que são bons para nós: a luz, comida, sexo, por exemplo - e reforça esses comportamentos, o que significa que os fazemos ainda mais."
Então, quais os benefícios que a música nos pode trazer? Conheça-os já a seguir:
1 - Melhora o nosso humor
Algumas pessoas ouvem música para lhes dar energia ou inspiração num daqueles dias difíceis, enquanto outras podem usar a música para se manterem acordados durante uma longa viagem de carro.
Todos nós reagimos à música de diferentes maneiras. Um indivíduo pode adorar heavy metal por exemplo, enquanto o outro é mais feliz a ouvir Mozart.
Seja qual for a sua preferência, um estudo de 2011 efetuado no Canadá e publicado na revista Nature Neuroscience, mostrou que ligar-se à sua música preferida pode ajudá-lo a afastar-se de momentos de mau humor.
Investigadores da Universidade McGill, em Montreal, mostraram que ouvir música agradável de qualquer género induz-nos a sentir "arrepios musicais", provocando a libertação de dopamina (um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina e que tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central), logo, fazendo-nos sentir bem.
"Todos nós sabemos através das nossas próprias experiências individuais que ouvir música pode afetar o nosso humor", diz Bridget O'Connell, responsável do gabinete de informação da MIND, a Associação Nacional para a Saúde Mental, no Reino Unido.
"Algumas pessoas ouvem música para lhes dar força durante um dia difícil, enquanto outras podem usar a música para se manterem acordados durante uma longa viagem de carro ou apenas para afastar sentimentos negativos.
"O cérebro é muito complicado - e existem muitos elementos envolvidos na sensação de prazer - mas é sem surpresas que as investigações sugerem a libertação de dopamina estando ligada a sentimentos de prazer induzidos pela música."
2 - Ajuda-nos a focar a nossa atenção
A música pode até ser capaz de ajudá-lo a se concentrar.
Um novo "tónico digital" chamado Ubrain, que pode ser descarregado para smartphones, afirma ser capaz de ajudar as pessoas a se focar, energizar, acordar, bem como relaxar.
O processo utiliza duas batidas diferentes em cada orelha para criar uma terceira batida "percepcionada" (uma batida binaural), que pode estimular determinadas atividades no cérebro.
"Ao ajudar o córtex cerebral a gerar ondas cerebrais específicas, podemos induzir diferentes estados de alerta, dependendo do que pretendemos fazer", explica a psicóloga clínica Brigitte Forgeot, sediada em Paris.
"Se nós estamos ansiosos ou stressados, podemos estimular o nosso córtex cerebral a produzir ondas cerebrais lentas de frequência alfa, enquanto na outra extremidade da escala, se ajudarmos o nosso córtex a produzir ondas beta mais rápidas, estaremos melhor equipados para nos concentrarmos e focarmos a nossa atenção numa determinada tarefa mais demorada."
3 - Ajuda-nos a pegar o ritmo
As melhores escolhas para fazer exercício são músicas de up-beat, animadas, alegres e optimistas, que combinam com o ritmo do seu passo, enquanto pratica desporto.
Ouvir a música certa pode realmente ajudá-lo a correr mais depressa.
Um estudo da Brunel University, em Londres, mostrou que a música pode ajudar a aumentar a resistência até 15 por cento, ajudando a diminuir a percepção do esforço durante o exercício, bem como aumentar a eficiência energética por entre um e três por cento.
A música pode ser um tratamento eficaz e positivo para pessoas que lidam com condições de saúde mental.
"Há duas maneiras distintas em que a musicoterapia é utilizada: seja como um meio de comunicação e auto-expressão ou para as suas inerentes qualidades de recuperação ou de cura", diz Bridget O'Connell.
"Alguém que está muito retraído pode achar que a música pode agir como uma saída para expressar as emoções que eles são incapazes de colocar em palavras. Ela também pode funcionar como um estímulo para despertar memórias enterradas ou evocar respostas emocionais que podem levar semanas a se atingir com terapias de fala. "
5 - Baixa os níveis de stress
A música pode ser uma grande ferramenta útil para quando você se sentir stressado.
De acordo com dados de 2011 da MIND, quase um terço da população britânica ligada aos seus players musicais, referem que a música lhes dá impulso para trabalhar, e quase um em cada quatro disse que ouvir música a caminho do emprego os ajuda a aliviar o stress.
Paul Farmer, diretor executivo desta instituição, apoia estas estatísticas dizendo que os benefícios terapêuticos de ouvir música são bem conhecidos.
Sintonizar-se a uma das suas canções favoritas pode ser extremamente calmante e ajuda a reduzir a ansiedade.
6 - Providencia assistência aos doentes
A música pode realmente ter um impacto positivo significativo em pacientes com doenças de longa duração, tais como doenças cardíacas, cancro e doenças respiratórias.
Numerosos estudos mostraram que a música pode ajudar a diminuir a frequência cardíaca a pressão arterial, e ajudar a aliviar a dor, ansiedade e melhorar a qualidade de vida do paciente.
"A música pode ser extremamente útil para alguém que está numa situação em que tenha perdido muito controle do seu ambiente externo - por exemplo, alguém que esteja hospitalizado por um longo período de tempo com uma doença grave e que esteja menos capaz de se mover", diz Dr. Williamson.
"Pode dar-lhes um sentido de controle de volta, bem como a criação de uma atmosfera calma pessoal e bloqueando alguns dos distúrbios ao redor do paciente."
Que música escutar?
Embora existam certas tendências - músicas upbeat e rápidas para a prática de desporto, e mais lentas, para relaxar - a escolha ideal recai sempre sobre as nossas preferências pessoais.
"O efeito dos diferentes tipos de música sobre o nosso humor vai depender muito da preferência individual das pessoas e da experiência", diz Bridget O'Connell.
"Se você cresce a ouvir música rock, pode não achar que a música clássica seja inspiradora para si, por exemplo. Ao contrário, algumas pessoas não suportam ouvir música rock, pelo que ficam mais irritadas do que relaxadas quando a escutam."
"A música também pode invocar memórias específicas para as pessoas, incluindo algumas que as transtornem. Por outro lado, também pode levá-las a estados críticos, levando-as ao isolamento, ou como uma forma de comunicação no lugar de palavras."
Existem algumas regras de ouro, porém, admite a Drª.. Williamson. "Regra geral, se você quiser relaxar, você deve escolher as músicas com um ritmo mais lento, com menos mudanças e com uma estrutura mais previsível."
Agora que ficou a conhecer os principais benefícios da música, tenho a certeza de que ficará mais inspirado da próxima vez que pegar no seu leitor mp3. A música é mesmo uma dádiva, e devemos desfrutar ao máximo todos os encantos que ela nos transmite.
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Fontes consultadas para este artigo:
- Wikipedia
- www.netdoctor.co.uk
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