Todos os mitos e verdades sobre a prisão de ventre


Vamos quebrar alguns mitos sobre a prisão de ventre (obstipação), mal de que padece muitos milhares de pessoas em todo o mundo.

FICAR MUITO TEMPO SEM IR À RETRETE AUMENTA A CHANCE DE UMA INFEÇÃO NO INTESTINO? 

Esta ideia de que a longa permanência de fezes no intestino (com maior demora para evacuar) aumenta a possibilidade de substâncias tóxicas do bolo fecal serem absorvidas pelo intestino vem da antiguidade, chegando ao século XX, quando se dizia que esta era a doença mais difundida no mundo desenvolvido. Houve especialistas que chegaram a dizer que esta era a causa de todas as doenças crónicas da civilização. Nunca houve provas de que estas eventuais toxinas absorvidas pelo intestino tivessem este poder destrutivo, mesmo assim não se descartava esta opção. A civilização levava tal crença tão a sério que isso levou a uma grande preocupação com a evacuação diária*. É importante lembrar que não é preciso ir à retrete diariamente para ter um intestino regulado, pode-se começar a pensar em obstipação intestinal quando o número de idas à retrete é menor do que três vezes por semana. 

Fonte: "Myths and Misconceptions About Chronic Constipation", Müller-Lissner et al. The American Journal of Gastroenterology 2005; 100: 232-242. 



O CONSUMO DE FIBRAS INFLUENCIA A DIGESTÃO? 

As fibras aumentam o volume e a quantidade de água do conteúdo intestinal, favorecendo a frequência das evacuações. Porém, também foi observado em estudo clínico que pessoas que sofriam de intestino preguiçoso, mas que já consumiam uma boa quantidade de fibras, não tiveram melhoria adicional ao aumentar o seu consumo. Ou seja, não devemos assumir que uma dieta pobre em fibras seja a causa exclusiva de intestino preso, mas pode ser um fator que contribui em boa parte dos casos*. 

Fonte: "Myths and Misconceptions About Chronic Constipation", Müller-Lissner et al. The American Journal of Gastroenterology 2005; 100: 232-242. 

LAXANTES: TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA

O uso de laxantes com frequência pode causar dependência e/ou tolerância (diminuição dos efeitos com a mesma dose ao longo do tempo)? Nos estudos realizados com Dulcolax (bisacodil) e Guttalax (picossulfato de sódio) utilizados por longos períodos, estes problemas não foram observados*. Mas vale lembrar que a ingestão de água, alimentos ricos em fibras e a prática de atividade física são muito importantes para o bom funcionamento intestinal. 

Fonte: Ruidisch, M, Hutt, H-J, and König, E. Long-term laxative treatment with bisacodyl. Aerztliche Forschung 1994; 1-8 


HORMONAS E O INTESTINO PREGUIÇOSO 

Hormona sexual: A prisão de ventre em crianças é mais comum em meninos. Na fase adulta, observa-se uma nítida predominância no sexo feminino. As mulheres apresentam alterações do hábito intestinal relacionadas às diferentes fases do ciclo menstrual, e, durante a gravidez, o tempo do trânsito intestinal fica prolongado, o que possivelmente está relacionado ao aumento de progesterona. Hormonias Gastrintestinais: Foi observado que níveis baixos de pelo menos três tipos de hormonias gastrintestinais foram associados à redução do número de evacuações. Hormonias da Tiróide: A prisão de ventre é um dos sintomas de hipotiroidismo. Porém, o número de pessoas que tem hipotiroidismo entre os que sofrem de prisão de ventre é muito baixo. 

Fonte: "Myths and Misconceptions About Chronic Constipation", Müller-Lissner et al. The American Journal of Gastroenterology 2005; 100: 232-242.
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